sábado, 31 de março de 2012

Marcio Abreu por Giovana Soar


Marcio Abreu é diretor de teatro. Um diretor com uma obstinação: a comunicação entre as pessoas por meio do teatro. É difícil, hoje, encontrar no cenário nacional um homem de teatro (porque não se trata aqui de funções específicas) que tenha uma ideia tão precisa da cena e uma trajetória tão coerente com esta ideia. 

Na lida em torno desta obstinação, ele agrega à cena a literatura, a musica, a imagem, a palavra, as historias, os corpos, a luz, o espaço, o som, os atores, o público, as nossas vidas e quase tudo o que tenha possibilidade de virar matéria para construir, no teatro, a possibilidade de afetar o outro.  Nesta obstinação pelo encontro, pelo momento real do encontro com o outro, ele lança mão de inteligência, bom humor e muita, mas muita sensibilidade. 

Esta sensibilidade genuína que o faz ser o que ele é e o que é o seu teatro: um lugar que preza pela presença do outro e pela possibilidade da afetação/transformação pela arte. Meu encontro com o Marcio se deu em 2002, e meu interesse pelo seu teatro foi imediato. Acho que andamos crescendo juntos. Eu como atriz, entre outras coisas, ele como ele mesmo, entre outras coisas. E, entre outras coisas, ele se firma como um dos diretores mais importantes da sua geração, simplesmente por dar a devida importância ao outro. Simples mas raro!

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